quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Viver é realmente muito perigoso...

Tomei a liberdade de postar o projeto do projeto do projeto do projeto do projeto do projeto do projeto do projeto do projeto do projeto da minha pretensão.

    "No século XX uma onda de governos ditatoriais direitistas ascendeu no território latino-americano. A Argentina sofre uma grande turbulência política até ser afetada pelo golpe militar de 76, o Uruguai e o Chile sofrem o mesmo em 73, o Brasil em 64. Porém a ditadura que mais perdurou na América do Sul foi a ditadura de Stroessner que subiu no poder num golpe em 54 e governou o Paraguai até 89. Diversas correntes historiográficas foram trabalhadas para registrar e dar sentido à este contexto, garimpando e manipulando suas fontes para legitimar a sua produção, seja na história oficial, na imprensa “independente” ou mesmo nas chamadas teorias da conspiração.

    O fato curioso é que após o governo militar, foi encontrado em Lambaré (uma cidade perto da capital paraguaia) um acervo de documentos, arquivos e livros com os nomes de milhares de desaparecidos de dentro e fora do Paraguai que até então eram negados pela imprensa política oficial. Relações com os líderes militares dos países vizinhos e interesses do centro de inteligência estadunidense (CIA) foram confirmados com os documentos encontrados no “Archivo del Horror”, assim denominado o acervo com os arquivos secretos da Operação Condor, que financiou as tomadas de poder militar na América nesta época.

    Este achado incomodou muitos setores da sociedade de diversos países, por este motivo muitos documentos desapareceram e existe em desenvolvimento na justiça, uma luta de forças para manter o arquivo “em boas mãos”.

    Diversos registros de tortura e intenções internacionais são encontrados no acervo, bem como a relação de exilados mortos e perseguidos em outras terras, como a ativista Soledad Barret - neta do filósofo anarquista espanhol Rafael Barret - paraguaia, na época se encontrava grávida, foi torturada e morta em terras brasileiras. Diversos são estes casos que posteriormente foram denunciados pela mídia independente e pela contra-cultura sul-americana. Músicas uruguaias falavam de exilados paraguaios, presos políticos argentinos pediam apoio no Chile e é esse intercâmbio histórico-cultural que será analisado no presente trabalho a partir dos documentos estudados do “Archivo del Horror”.

    As informações contidas neste acervo são de direito público de todo povo sul-americano abalado e influenciado pelas práticas militares e a divulgação do seu conteúdo – bem como de qualquer conhecimento histórico - é importante para a mudança e a formação de uma memória, que apesar de vivida, muitas vezes não é legitimada.

    No âmbito da ditadura militar latino-americana encontramos na maioria dos países um dito “silêncio internacional” e é esse silêncio que pretende ouvir e descrever a autora do presente projeto."


    Ouvir os gritos das torturas e os choros dos exílios - política, adoro.


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